quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O Trem da vida


O Trem da vida
Passa ano, passa dias, passa hora...
Num dia a gente chega e no outro vai embora.
E nesse vai-e-vem,
deixamos um pouco de nós,
levamos no peito alguém...
Estradas que ninguém vê,
guardadas no coração de quem não quer se perder.
Passa tempo, passa estrada,
passa ano, passa dia, passa hora...
E a dor que fica guardada, é bicho que nos devora...
Num dia a gente chega,
no outro...
a gente vai embora...
TUDO PASSA !
A gente está sempre partindo,
buscando o que já tem na mão...
Mas também sempre chegando,
onde pensa que é o lugar...
E nessa andança inquieta,
esquecemos de
parar...
Abrir o peito,
Olhar,
e finalmente,
encontrar...!
By Sylvia Cohin

Direção do sol





Direção do sol


Tome a tua vida em tuas mãos,
e não entregue a direção dela a ninguém.
Por mais que te amem, por mais que desejem, o teu bem,
só você é capaz de sentir o que realmente sente,
e aquilo que você passa de impressão para os outros,
nem sempre corresponde ao que vai na sua alma.
Quantas vezes você já sorriu
para disfarçar uma lágrima teimosa?
Quantas vezes quis gritar e sufocou o pranto?
Quantas vezes quis sair correndo de algum lugar
e ficou por educação, respeito ou medo?
Quantas vezes desejou apenas um beijo,
e ficou com a boca seca esperando o que não veio?
Quantas vezes tudo o que você desejou
era apenas um abraço,
um consolo, uma palavra amiga,
e só recebeu ingratidão?
Quantos passos foram necessários
para chegar até onde você chegou?
Quantos sabem dar o valor que você realmente merece?
Criticar é fácil, mas usar o seu sapato ninguém quer,
vestir as suas dores ninguém quer,
saber dos seus problemas,
só se for por curiosidade,
por isso, ninguém entrega a sua vida nas mãos de ninguém,
nada de acreditar que sem essa ou aquela pessoa,
você não vai viver...
Vai viver sim, o mundo continua girando,
e se você deixar, pode te trazer algo muito melhor.
Pegue a direção da sua vida e aponte rumo ao sul,
lá onde a placa diz " caminho do sol ",
bem na curva da felicidade, que te espera
sem pressa, para viver com amor e intensidade,
a paz, a harmonia e a felicidade.

By Paulo Roberto Gaefker

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Tenho Tanto Sentimento



Tenho Tanto Sentimento
Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
É a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.
By Fernando Pessoa

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Amizade




Amizade
Nunca conhecerás ninguém como eu,
pois não existe ninguém igual a mim,
como não existe ninguém igual a ti.
Há sempre um que perde mais que o outro,
a intensidade dos sentimentos nunca é igual.
By Rui Paes

domingo, 9 de agosto de 2009

Flor da mocidade




Flor da Mocidade
Eu conheço a mais bela flor;
És tu, rosa da mocidade,
Nascida, aberta para o amor.
Eu conheço a mais bela flor.
Tem do céu a serena cor,
E o perfume da virgindade.
Eu conheço a mais bela flor,
És tu, rosa da mocidade.
Vive às vezes na solidão,
Coma * filha da brisa agreste.
Teme acaso indiscreta mão;
Vive às vezes na solidão.
Poupa a raiva do furacão
Suas folhas de azul celeste.
Vive às vezes na solidão,
Como filha da brisa agreste.
Colhe-se antes que venha o mal,
Colhe-se antes que chegue o inverno;
Que a flor morta já nada val.
Colhe-se antes que venha o mal.
Quando a terra é mais jovial
Todo o bem nos parece eterno.
Colhe-se antes que venha o mal,
Colhe-se antes que chegue o inverno
By Machado de assis

Solitário


Solitário
Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me á tua porta!
Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos conforta.
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!
Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
- Velho caixão a carregar destroços
-Levando apenas na tumbal carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!
By Augusto dos Anjos

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Versos Íntimos



Versos Íntimos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
É o melhor!!!!!
By Augusto dos Anjos

Canção do dia de sempre


Canção do dia de sempre
Tão bom viver dia a dia...
A vida, assim, jamais cansa...
Viver tão só de momentos
Como essas nuvens do céu...
E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...
E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.
Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...
By Mario Quintana