sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Ao Luar
Ao Luar
Quando, à noite, o Infinito se levanta
À luz do luar, pelos caminhos quedos
Minha tátil intensidade é tanta
Que eu sinto a alma do Cosmos nos meus dedos!
Quebro uma custódia dos sentidos tredos
E a dona minha mão, por fim, de quanta
Segredos em Grandeza o Orbe estrangula seus,
Todas as coisas íntimas suplanta!
Penetro, agarro, ausculto, apreendo, invado
Nos Paroxismos da hiperestesia,
O Infinitésimo E o Indeterminado ...
Transponho OUSADAMENTE o átomo rude
E, transmudado em rutilância fria,
Encho o Espaço com a minha plenitude!
Por Augusto dos Anjos
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