quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Ao Amor Antigo

 

1350

Ao Amor Antigo

O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

By  Carlos Drummond de Andrade

flor2

Acreditar

Senti uma brisa no rosto, que tinha teu gosto.
Passou bem de leve, foi muito breve,
meu coração afagou.
Senti uma gota de chuva percorrer minha face,
deixando-me num impasse, se...lágrima de amor.
Senti um arrepio no corpo, pedindo conforto,
querendo teu calor.
Senti o coração apertado pulsar disparado,
tentando saltar.
Estranha sensação acalentou o coração,
fazendo-me sonhar!
Senti minha boca sorrir e, os lábios, abrir,
querendo te beijar.
Senti que era pouco e delirei como louco,
pensando te tocar.
Tendo-te, então, com imensa paixão.
Como foi bom acreditar!

By Silvia Munhoz

Um comentário:

  1. Amiga,

    dois poemas lindos. Conhecia o de Drummond que tive o enorme prazer em reler e conheci aqui este igualmente belo poema de Silvia Munhoz. Obrigada!!!

    Carinhoso beijo.

    ResponderExcluir