quinta-feira, 22 de abril de 2010

O Moço



O Moço

Não me perguntem quantos anos tenho;
e sim,
quantas cartas mandei e recebi.
Se mais jovem, se mais velho... o que importa,
se ainda sou um fervilhar de sonhos,
se não carrego o fardo da esperança morta!

Não me perguntem quantos anos tenho;
e sim,
quantos beijos troquei - Beijos de amor!
Se a juventude em mim ainda é festa,
se aproveito de tudo a cada instante
e se eu bebo da taça gota a gota...
Ora! Então pouco se me dá que gota resta!

Não me perguntem quantos anos tenho
mas...
queiram saber de mi m se criei filhos,
queiram saber de mim que obras eu fiz,
queiram saber de mim que amigos tenho
e se a alguém, pude eu, tornar feliz.

Não me perguntem quantos anos tenho
mas...
queiram saber de mim que livros li,
queiram saber de mim por onde andei,
queiram saber de mim quantas histórias,
quantos versos ouvi, quantos cantei.

E assim, somente assim, todos vocês,
por mais brancos que estejam meus cabelos,
por mais rugas que vejam no meu rosto,
terão vontade de chamar-me: O Moço!
E ao me verem passar aqui... ali...
não saberão ao certo minha idade,
mas saberão, por certo que eu vivi!

By Moacyr Sacramento





Sereno

Perdido
o alaranjado do acaso
o Sol sente falta
do frescor da aurora
e,
se escondendo,
no meio da noite,
de saudade chora.

By Moacyr Sacramento

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